FONTE: Notícias de Jipeiros n° 585/2007, de segunda-feira, 10 de dezembro de 2007.
Expedição também ensejou pesquisas arqueológicas
Até baixa-verdenses que se dedicam a estudar em profundidade seu município se surpreenderam ontem com revelações de cunho antropológico e arqueológico que vieram a público graças à visita que jipeiros fizeram a João Câmara, graças à presença, no comboio, dos professores Walner Spencer e Henrique Rodrigues, presidente e diretor, respectivamente, da Sociedade Norte-rio-grandense de Arqueologia e Meio Ambiente (Sonarq).
Tão logo chegaram à fazenda do advogado, escritor e ex-prefeito Aldo Torquato, que recepcionou os integrantes da caravana com o café da manhã e serviu-lhes de cicerone durante toda a permanência
INSCRIÇÕES RUPESTRES
O impacto do depoimento de Spencer sobre a riqueza arqueológica de João Câmara foi ainda maior quando ele e Henrique começaram a falar sobre a presença de inscrições rupestres na região. Aldo admitiu que não conhecia a respeito, mas informou que uma monografia acadêmica produzida por uma antropóloga que havia estudado a comunidade dos Mendonça, na localidade de Amarelão, destaca a existência de inscrições rupestres na área. O livro em questão, avançou, seria lançado nesta segunda-feira, 10, em plena comunidade que a cientista pesquisou, para depois chegar a Natal.
Adiante, enquanto o “miolo” do comboio cuidava da coleta de amostras d’água no açude Pedra D’água, parcialmente salinizado há alguns anos devido a uma conexão errada que lhe impingiram com um outro reservatório da região, Spencer e Henrique se afastaram, a bordo do Land Rover Defender 110 pertencente ao engenheiro aeronáutico Levy Pereira, presidente do Natal Land Clube, para irem conhecer espaços naturais que mencionaram como “tanques”, dos quais tinham ouvido falar em Natal e onde, segundo lhes constava, havia inscrições rupestres.
FUGINDO DOS POTIGUARES
Na localidade do Amarelão, depois de ouvir depoimentos sobre as origens dos moradores locais, conhecidos como “Mendonça”, Spencer discorreu durante bom tempo sobre como os Tapuias se instalaram no sertão do Rio Grande do Norte como fugitivos dos Potiguaras, índios que preferiam o litoral. Diferentemente destes, que eram agricultores, os Tapuias eram caçadores. Esta característica explica a presença na região, ainda hoje, de instrumentos de caça feitos com pedra.
Ele salientou que, ao lado de todos os investimentos em curso na busca de sustentabilidade para o desenvolvimento dos Mendonça, é imprescindível que se promova um grande trabalho capaz de devolver a auto-estima desse povo. Impressionando-se ao vê-lo expor uma questão fundamental para os Mendonça, professoras que atuam na organização social do grupo pediram-lhe para voltar ao Amarelão a fim de proferir palestra para a população local. Elas querem, que, se possível, Spencer faça um trabalho mais perene em busca do amor dos Mendonça à sua etnia.
Spencer transmitiu ainda mais informações a respeito da presença dos Tapuias
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